quinta-feira, 7 de outubro de 2010

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Tudo estava indo bem – você sabia que não estava, mas gostava de fingir que sim – ele sorria, te abraçava e às vezes ficava em silêncio. Esse silêncio te incomodava, mas era algo que você facilmente esquecia: Um beijo, dois beijos, um abraço e um pouco mais além. Não era mais a mesma coisa, mas você preferia isso do que outra coisa: Solidão.

Foi então, que em um belo dia de domingo cinza, ele te ligou e te disse que queria conversar. Tudo bem, você adorava fazer isso. Lápis de olho, blusa amarrotada e um short meio velho. Você estava lá, esperando por ele. Linda, cheirosa – Gastou todo o seu perfume com ele de novo? – e sorridente. Ele chegou, lindo, cheiroso e não sorridente. Te abraçou como uma pedra de gelo, e foi escorregando pelo seu corpo sem que você conseguisse segurar, fazendo escorrer tristeza do seu coração e sair fumaça do seu estômago. Maldita pedra de gelo. Derreteu. Acabou.

Não era mais os dois, era você e ele.

Se-pa-ra-dos.

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